Identificada mudança-chave na dieta de hominídeos há 3,5 milhões de anos
Uma nova análise de fósseis de dentes de ancestrais do homem moderno revelou que eles ampliaram sua dieta por volta de 3,5 milhões de anos atrás, passando a incluir gramíneas (capim, grama, relva) e possivelmente animais.
Pesquisadores analisaram o esmalte do dente fossilizado de 11 espécies de hominídeos e de outros primatas encontrados no leste da África.
Como os chimpanzés de hoje em dia, muitos de nossos antigos ancestrais viveram em florestas e se alimentavam de uma dieta baseada em folhas e frutas de árvores, arbustos e ervas.
Mas cientistas encontraram agora indícios de que esse hábito mudou há 3,5 milhões de anos nas espécies Australopithecus afarensis e Kenyanthropus platyops.
Australopithecus
O Australopithecus era um hominídeo ancestral dos humanos que já andava com duas pernas
Pelo menos nove diferente espécies devem haver existido entre 2 e 4 milhões de anos atrás na África
Os machos eram até duas vezes o tamanho das fêmeas. Entretanto, mesmo os maiores machos eram pequenos se comparados ao homem moderno, medindo 1,5 metro de altura
A dieta dessas espécies incluía vegetação rasteira, plantas de áreas alagadas e possivelmente animais que se alimentavam das mesmas plantas. Eles também viviam nas savanas da África.
Os novos estudos mostram não apenas que eles viviam nessas áreas, mas que também começaram progressivamente a consumir a comida disponível nas savanas.
"Porque a alimentação é o fator mais importante para determinar a fisiologia do organismo, comportamento e sua interação com o meio ambiente, essas descobertas nos darão uma nova perspectiva sobre os mecanismos que deram forma à nossa evolução."
Ainda não é claro se realmente a mudança da dieta incluiu animais, mas a lista "de possíveis dietas de alguns dos nossos antepassados hominídeos" foi consideravelmente reduzida.