Conflitos na Faixa de Gaza
Veja abaixo perguntas e respostas sobre o conflito em Gaza:
Como começou o confronto?
A mais recente escalada de violência começou com o desaparecimento de
três adolescentes israelenses na Cisjordânia. Israel acusou o Hamas, que
controla a Faixa de Gaza, do sequestro. O grupo islamita não confirmou
nem negou envolvimento. Israel deslocou soldados para a área da
Cisjordânia e dezenas de membros do Hamas foram detidos. Foguetes foram
disparados da Faixa de Gaza contra Israel.
Os corpos dos três jovens foram encontrados em 30 de junho, com marcas
de tiros. A tensão aumentou, com Israel respondendo aos disparos feitos
por Gaza. No dia seguinte, um adolescente palestino foi sequestrado e
morto em Jerusalém Oriental. A autópsia indicou que ele foi queimado
vivo.
Israel prendeu seis judeus extremistas pelo assassinato do garoto
palestino, e três dos detidos confessaram o crime. Isso reforçou as
suspeitas de que a morte teve motivação política e gerou uma onda de
revolta e protestos em Gaza.
No dia 8 de julho, após um intenso bombardeio com foguetes contra o sul
de Israel por parte de ativistas palestinos, a aviação israelense
iniciou dezenas de ataques aéreos contra a Faixa de Gaza. Os militantes
de Gaza responderam aos ataques, disparando foguetes contra Tel Aviv.
Após os bombardeios, Israel decidiu atacar Gaza também por terra.
Por que Israel ataca a Faixa de Gaza com foguetes?
Como informa a agência Associated Press, Israel afirma se esforçar para
minimizar os "efeitos colaterais" ao emitir sinais de alerta para
moradores e antecipar ataques grandes com bombas pequenas. Além disso,
os israelenses veem o Hamas como um inimigo mortal que não pode ser
tolerado e, devido a suas bases radicais islâmicas, há pouca chance de
diálogo.
O ponto de vista israelense é de que o Hamas cresceu acostumado a
lançar foguetes e nenhum país pode tolerar isso. Atacar fortemente o
grupo é a maneira que o governo enxerga de conseguir garantir sua paz. O
Estado justifica a morte de civis nos bombardeios como fatalidades e
culpa o Hamas por esconder militantes e armas em locais civis.
Combates são os mais graves desde 2012
A Faixa de Gaza foi tomada por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967,
e entregue aos palestinos em 2005 – embora boa parte das fronteiras e
territórios aéreos e marítimos ainda sejam controlados pelos
israelenses. Em 2007, o grupo Hamas – considerado terrorista por Israel –
venceu as eleições parlamentares palestinas, fato não reconhecido pelo
opositor Fatah. O racha na administração fez com que o Hamas controlasse
a Faixa de Gaza, e o Fatah ficasse a cargo da Cisjordânia. Desde então,
Israel e o Hamas não dialogam.
Para os palestinos, a situação em Gaza é insustentável. Desde a tomada
do poder pelo Hamas, Israel impede a passagem por terra no norte e
leste, e pelo mar a oeste, bloqueando também as viagens aéreas. O Egito
completa o cerco com um controle pesado das fronteiras com a Faixa de
Gaza no sul. A região de 1,7 milhões de pessoas está lotada de favelas
em um território de menos de 40 km de extensão e com poucos quilômetros
de largura.
Há muita divisão em Israel, e é difícil falar em um "ponto de vista
israelense" - mas isso não se aplica ao Hamas e a seus foguetes. Essa é
uma oportunidade única para o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.
Muitos israelenses se opõem às suas políticas em relação aos palestinos
em geral, e alguns realmente abominam seu apoio a novos assentamentos
judaicos na Cisjordânia. Mas a vasta maioria dos israelenses não confia e
se opõe ao Hamas - autores de vários ataques suicidas contra civis e
detratores dos esforços de paz feitos pelos palestinos moderados. Para
Netanyahu, cada derrota do Hamas é uma chance de popularidade.
Políticos árabes condenam frequentemente Israel, mas poucos
genuinamente morrem de amores pelo Hamas. O grupo palestino é parte de
uma vertente política do Islã que, com as Revoltas Árabes, está sendo
combatida em toda a região, primeiro no Egito (com a saída da Irmandade
Muçulmana), mas também em países do Golfo. Até seu aliado Irã deixou de
apoiá-lo e seus recursos estão se esgotando - enquanto vários países do
Ocidente os consideram um grupo terrorista.
Na batalha pela opinião pública, Israel pode ser uma vítima de seu
próprio sucesso na prevenção de fatalidades internas. Seu potente
sistema de defesa "Cúpula de Ferro" abateu inúmeros foguetes do Hamas,
reduzindo a pouquíssimas as vítimas israelenses durante os três últimos
conflitos contra o grupo islâmico. Já o ataque do Estado judeu é intenso
e deixa centenas de vítimas - muitas delas civis - do lado palestino, o
que pesa negativamente na opinião pública interna e internacional.
Os corpos dos três jovens foram encontrados em 30 de junho, com marcas
de tiros. A tensão aumentou, com Israel respondendo aos disparos feitos
por Gaza. No dia seguinte, um adolescente palestino foi sequestrado e
morto em Jerusalém Oriental. A autópsia indicou que ele foi queimado
vivo.
Israel prendeu seis judeus extremistas pelo assassinato do garoto
palestino, e três dos detidos confessaram o crime. Isso reforçou as
suspeitas de que a morte teve motivação política e gerou uma onda de
revolta e protestos em Gaza.
No dia 8 de julho, após um intenso bombardeio com foguetes contra o sul de Israel por parte de ativistas palestinos, a aviação israelense iniciou dezenas de ataques aéreos contra a Faixa de Gaza. Os militantes de Gaza responderam aos ataques, disparando foguetes contra Tel Aviv. Após os bombardeios, Israel decidiu atacar Gaza também por terra.
No dia 8 de julho, após um intenso bombardeio com foguetes contra o sul de Israel por parte de ativistas palestinos, a aviação israelense iniciou dezenas de ataques aéreos contra a Faixa de Gaza. Os militantes de Gaza responderam aos ataques, disparando foguetes contra Tel Aviv. Após os bombardeios, Israel decidiu atacar Gaza também por terra.
Por que Israel ataca a Faixa de Gaza com foguetes?
O ponto de vista israelense é de que o Hamas cresceu acostumado a lançar
foguetes e nenhum país pode tolerar isso. Atacar fortemente o grupo é a
maneira que o governo enxerga de conseguir garantir sua paz. O Estado
justifica a morte de civis nos bombardeios como fatalidades e culpa o
Hamas por esconder militantes e armas em locais civis.
Como informa a agência Associated Press, Israel afirma se esforçar para
minimizar os "efeitos colaterais" ao emitir sinais de alerta para
moradores e antecipar ataques grandes com bombas pequenas. Além disso,
os israelenses veem o Hamas como um inimigo mortal que não pode ser
tolerado e, devido a suas bases radicais islâmicas, há pouca chance de
diálogo.
Como convivem os habitantes da Faixa de Gaza com a situação?
Para os palestinos, a situação em Gaza é insustentável. Desde a tomada
do poder pelo Hamas, Israel impede a passagem por terra no norte e
leste, e pelo mar a oeste, bloqueando também as viagens aéreas. O Egito
completa o cerco com um controle pesado das fronteiras com a Faixa de
Gaza no sul. A região de 1,7 milhões de pessoas está lotada de favelas
em um território de menos de 40 km de extensão e com poucos quilômetros
de largura.
Para muitos palestinos, até mesmo os que não apoiam o Hamas, os ataques
com foguetes contra os que eles enxergam como causadores de seus
tormentos é uma resposta considerada aceitável. Com o fracasso dos
últimos 20 anos de negociações de paz para conseguir formar um Estado
independente palestino, alguns temem que a ocupação da Cisjordânia possa
ser permanente e o que se tem é um cenário de desânimo e desespero.
O Mundo Árabe apoia o Hamas?
Políticos árabes condenam frequentemente Israel, mas poucos genuinamente
morrem de amores pelo Hamas. O grupo palestino é parte de uma vertente
política do Islã que, com as Revoltas Árabes, está sendo combatida em
toda a região, primeiro no Egito (com a saída da Irmandade Muçulmana),
mas também em países do Golfo. Até seu aliado Irã deixou de apoiá-lo e
seus recursos estão se esgotando - enquanto vários países do Ocidente os
consideram um grupo terrorista.
A Autoridade Palestina recentemente propôs um governo conjunto com o
Hamas, mas a animosidade com o grupo secular Fatah, do presidente
Mahmoud Abbas, foi mais profunda. O Hamas não aceita as condições
propostas pela comunidade internacional para ser um ator global
legítimo: reconhecer Israel, aceitar os acordos anteriores e renunciar à
violência.
Os ataques israelenses são desproporcionais?
Na batalha pela opinião pública, Israel pode ser uma vítima de seu
próprio sucesso na prevenção de fatalidades internas. Seu potente
sistema de defesa "Cúpula de Ferro" abateu inúmeros foguetes do Hamas,
reduzindo a pouquíssimas as vítimas israelenses durante os três últimos
conflitos contra o grupo islâmico. Já o ataque do Estado judeu é intenso
e deixa centenas de vítimas - muitas delas civis - do lado palestino, o
que pesa negativamente na opinião pública interna e internacional.
Muitos acreditam que o Hamas pouco se esforça em não provocar Israel. A
opinião pública importaria menos na Faixa - que não é verdadeiramente
uma democracia - do que em Israel e é pouco provável um cenário em que o
Hamas seja derrubado pela população no momento.
*Com informações das agências Associated Press, Reuters e AFP.